sábado, 21 de junho de 2008

TELEVISÃO – A Favorita será mesmo novelão, afirma autor

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O autor João Emanuel Carneiro, autor da nova trama da Globo do horário das oito não é novo no ramo e tem vasta experiência tanto em roteiros de filmes consagrados e premiados, como “Central do Brasil” (1998), “O Primeiro Dia” (1998), “Redentor” (2003), “Cristina quer Casar” (2003), “Deus é Brasileiro” (2003) e “A Dona da História”, como na TV onde foi autor de duas novelas de sucesso - Cobras & Lagartos (2006) e Da Cor do Pecado (2004). Agora tem a grande chance de se firmar no quadro dos principais autores globais.

No que você se inspirou para criar a trama de A Favorita?
João Emanuel Carneiro: O ponto de partida foram as duas mulheres, Flora e Donatela. São dois pontos de vista de uma mesma história. Uma das duas está sendo sincera. Criei uma trama em que tanto Flora como Donatela possuem versões totalmente críveis. Eu mesmo não sei qual delas está dizendo a verdade. E quero que o público se pergunte isso também. Mas é claro que, num determinado momento, eu vou julgá-las e decidir quem é a vilã e quem é a mocinha. Mas, para tomar esta decisão, vou me basear em diversos fatores, como a química da novela no ar com o público, a atuação das atrizes, enfim, tudo que possa me ajudar a escolher um caminho. Essa história é um drama psicológico, um jogo estimulante, uma trama que inventei para me desafiar.

Qual é a mensagem principal de A Favorita?
João Emanuel Carneiro: É discutir o julgamento que fazemos das pessoas. Acho que, hoje em dia, a gente não sabe nunca quem está dizendo a verdade. Não se sabe se os políticos estão dizendo a verdade, se as pessoas próximas a você são confiáveis... Nós estamos vivendo em uma época em que somos, em geral, lançados muito à dúvida. De certa maneira, essa história é uma ousadia, com a versão tradicional do folhetim. É uma brincadeira com isso, uma provocação ao folhetim.

O que o público pode esperar da novela?
João Emanuel Carneiro: A Favorita é um novelão, no sentido de ter uma trama central muito bem definida, mas os personagens são muito humanos e todos eles são passíveis de redenção. Será possível que as pessoas continuem mantendo a ética, acreditando nos seus valores, em situações completamente adversas? Qual é o limite para a manutenção da ética? Acho que podemos ver isso em vários personagens dessa novela – na Donatela, no Zé Bob com o Romildo, no Didu, na Alicia, no Elias Filho e em mais gente. Essa pergunta está na jornada de muitos personagens dessa novela. A Cilene, por exemplo, é cafetina, mas é mau-caráter? Não necessariamente. É uma novela sobre a ética, o caráter e a dúvida.

Haverá espaço para o amor em A Favorita?
João Emanuel Carneiro: Claro. Teremos o amor – falso e verdadeiro!

Você costuma abordar muito o tema família em suas tramas. Por quê?
João Emanuel Carneiro: Essa idéia de família me fascina muito. Acho que o brasileiro é fascinado pela idéia de família. É um tema que me interessa e interessa às pessoas. Além da idéia da família ser muito importante, acho que está sendo muito discutida neste momento.

Em A Favorita você também terá um personagem que acredita em extraterrestres.
João Emanuel Carneiro: O Augusto César é o contraponto do ceticismo dos outros personagens da novela. Ele é um sonhador, um delirante. Ele é muito necessário nessa história. Mas nesta novela vou entrar também por um caminho que eu gosto, mais realista. Vou contar histórias de família, dessa vila operária, entrar um pouco mais com a sutileza, com o cotidiano, para dar sustento ao folhetim do resto da novela. Copola, Catarina, Leonardo, todos os personagens que moram na vila são muito importantes. Eles formam a base verdadeira da história - realista, humana, de identificação, do dia-a-dia mesmo.

Em suas duas últimas novelas você mostrou um lado cômico muito forte. A comédia também terá vez em A Favorita? De que forma?
João Emanuel Carneiro: É uma novela muito humorada, que contrapõe muitas histórias cômicas com dramáticas. Vamos ter humor em muitos personagens - no Halley, no Orlandinho, na Alícia, no Augusto César com o Shiva Lênin, Gurgel, Amelinha, Silveirinha, entre outros.

Por que ambientar a novela em São Paulo?
João Emanuel Carneiro: A Favorita é uma história rural e urbana. É um universo ficcional, que tem a fábrica, a vila da fábrica. É uma invenção de uma São Paulo meio art decó, noir.

Você assinou duas novelas de sucesso no horário das sete e agora escreve uma trama para o horário nobre da emissora. Como foi receber este convite?
João Emanuel Carneiro: Foi uma grande honra e um grande desafio para mim. E eu adoro desafios. Estou muito seguro dessa história. É uma história que pede para ser contada.

O que não pode faltar numa novela das 20h?
João Emanuel Carneiro: Acho que a novela das oito tem que partir de uma identificação maior das pessoas com as situações vividas, mostradas, tem que ser mais realista, tem que ter mais um grão de verdade.

Qual a sua rotina de trabalho?
João Emanuel Carneiro: Nunca quero mais trabalhar de madrugada. Eu trabalho de meio-dia às 13h. Depois vou até dez, onze da noite e aí eu paro. Depois vou jantar fora, em casa, ver filme, viver a vida. É assim que gosto de trabalhar.

Como é o seu processo de trabalho?
João Emanuel Carneiro: Faço uma escaleta de 20 páginas e meus colaboradores - Denise Bandeira, Vincent Villari, Marcia Prates e Fausto Galvão - elaboram as cenas, que já estão, mais ou menos, desenvolvidas. Na verdade, eles dão acabamento às cenas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite,

Ridiculo, primeiro em uma cena de " A Favorita" de 18 anos atrás
os atores aparecem com o visual da atualidade, pessímo.
Hoje em uma sala de espera de embarque, simplesmente a reporter e um fotográfo entram e reconhece uma atriz, como ela entrou sem o bilhte????????????
A novela já é um nojo, e com essas falhas, não por nada que está na audiência que etá, que nojo......
Vamos fazer melhor.

Abraços.